
Aconchegado no escuro. Sonhando com o dia que irei partir.
Perdí minha deusa. A vida já não faz sentido.
Não sei mais o que faz sentido. Só tenho uma certeza:
A certeza de que desde hoje, nada mais faz sentido.
Busco uma razão de ser, mas não a encontro.
Busco no mais íntimo do meu ser, a razão da existência.
A morte que eu tanto amo, hoje me fez sofrer!
Sofro porque não morrí, sofro porque ainda existo.
Adoraria saber porquê ainda existo, mas não sei.
Procuro lógica em tudo que vejo, em tudo que sinto, em tudo que desejo e em tudo que faço, mas, tudo se reflecte na vontade de morrer.
Oh morte, oh morte, porquê até agora não me vieste buscar?
Oh vida, oh vida, porquê até agora não me deixaste partir?
Oh vida e morte, o amor que por vós sinto é imenso, mas me revolto por não ver satisfeito meu desejo. O desejo de morrer. O desejo de deixar a vida.
Vou ao cemitério e sinto a presença dos que como almas vagueiam em busca de um sentido. Os invejo, querendo deixar o corpo que até hoje vivo, e deixar minha alma livre vagar pelo mundo das sombras! O mundo para o qual a vida não me deixa partir, e a morte não me quer levar! O que eu farei, não sei, só sei que o meu desejo é morrer.
Uma lúgubre obra de:
Bady, elmago (anti-cristo)