Espelhos invertidos

No relance do luar,
em cada entardecer,
a minha alma se desprende e vagueia
perdida no infinito...

Pelas montanhs rosadas
dos impérios estonteantes do meu ser...

Procura por uma razão para a sua própria razão,
procura por um reflexo de si,
uma miragem do que é...

Num instantâneo encontro,
vê- se aos olhos de outra alma,
vê- se reflectida nela,
e vê- lhe em si...
A reciprocidade do mútuo...
do ambíguo...

Alter ego

A sua imagem reflectida na água
e a imagem da água reflectida em si...
A reciprocidade do mútuo...


Tento me encontrar,
Buscando no espelho tua imagem,
Anoitece a minha esperança
A mesma que minha alma não alcança

O tempo insiste não passar
E a dor em me torturar
Sangram minhas forças
Não consigo mais respirar

A verdade da minha existência,
Se resume a ela. Musa rainha
De vidas perdidas, castelos sombrios
Becos perdidos de júbilos infinitos

É a ti que procuro, meu reflexo cristalino…

Por Nytya, a eterna e Bady, elmago - anti-cristo

Musa Gótica

Triste vida de quem te persegue
e não sabe o que encontrar...

Musa da noite,
encantada de histórias para dormir.

Borboletando secreta, divina,
recolhendo o que a pertence...

Aracne perfeita escondida em Eros.
Não sabe despertar quem for
mas também não deixa dormir...

Foi nesta triste vida que Vos conheci,
musa gótica.

Meu vinho clama o desejo de Vos encontrar.
Meu Celsius diminui a cada respirar
na ansiedade de Vos revelar
e me deixar levar
nas Vossas majestosas aracnices.

Mulher encantada de histórias para dormir,
Nereida da noite
recolhendo o que a pertence.

Sgarada feminina.
Musa gótica.



Por Nytya, a eterna

Dias Solenes, Noites Bréus

Em noites frias e obscuras como a Morte
ando eu, galgando as ruas
na madrugada, á procura de ti...
Tu que nunca te manifestas
mas com a tua obscuridade me fascinas...





Noites de bréu, muitas.
Como alma perdida no escuro,
encontrei-me na cultura do obscuro.

Sonhos cruzados na escuridão cerimonial,
e encantados pela cultura escura,
sois pois nascidos na noite do Sol ardente.

Morpheu acordou do seu sono majestoso
e ela o esperava, graciosa,
com o o seu brilho.
Em noites gélidas,
a Deusa celestial ilumina
os nossos sentimentos
por mais tenebrosos que sejam.


Por Legião Negra

Religiosidade do Goticismo: A Religião por detrás da origem da cultura gótica, Parte 1

Antes do Cristianismo e do Judaísmo aparecerem, no século III, os povos adoravam os deuses da Natureza (deuses pagãos/ deuses dos povos do campo; paganus= do campo). As cerimónias pagãs nem sempre eram secretas mas, algumas, eram públicas, como os Jogos Olímpicos que eram realizados em homenagem ao deus grego supremo Zeus e à deusa romana Vénus.

A essas religiões que realizavam suas cerimónias de forma oculta, deram- se- lhe o nome de Religiões de Mistério, que variavam segundo a sua região, onde em cada uma possuía o seu próprio deus.

A nível mediterrânico, na Grécia, os principais deuses adorados são: Démeter, Dionísio e Orfeu; na Ásia Menor, à deusa Cibele ou a Grande Mãe, e ao seus amado Átis; no Egipto, aos deuses Ísis e Ósiris; na Síria e Palestina, o deus Adonis e na Pérsia, o deus Mitra.

Existem várias vertentes do Paganismo, tais como: greco- romano, céltico, germânico, etc, mas existem 2 tipos de Paganismo:

•Rústico: caracterizado pelos cultos rurais que do qual, algumas acções foram ''transportadas'' para a urbe; é a partir disto, que o Cristianismo ''ganha terreno'';

•Das Elites/ Urbano: caracterizado pelo apelo ao cosmopolitismo indiferente ás raízes.
A cultura das elites visa, principalmente, ''policiar/ adestrar'' as almas, pô- las nos seus devidos lugares.


Apesar de tantas culturas pagãs, todas elas possuem características que as fazem convergir:

•O ciclo anual de vegetação, como centro de festividades, onde os acontecimentos- chave são a renovação da vida, na Primavera, e o seu término, no Outono, representadas pelos processos de Crescimento, Decadência, Morte e Renascimento.

•Faz- se o uso de cerimónias relacionadas a um rito de iniciação: compartilham um segredo ao iniciado e aos pertencentes desse grupo, que, tal segredo são informações sobre a vida do deus/ deusa devotado e como se pode alcançar a unidade de tais divinidades. Esse conhecimento é sempre secreto/ inacessível a qualquer pessoas fora do círculo;

•Renunciam ser a religião/ crença correcta e a verdade suprema de tudo, e não prestam atenção ás outras religiões/ doutrinas. Preocupam-se mais com a vida emocional de seus iniciados, ou seja, não é exclusiva...

fonte: Mircea Eliade: http://ofogodaverdade.wordpress.com
foto: fotosearch.com


fim da Parte 1

por Nytya, a eterna

O meu Adeus (Supremum vale, ad æternam)

Estou imerso nos teus odores
que fluem ao vento,
libertando a tua essência
em cada meu respirar
pelo qual tu fazes de mim
um pouco de ti...

E por este vento que
a todos pertence,
tu encontras o teu lugar.


Por Nytya, a eterna